A primeira publicação do romance “Gabriela Cravo e Canela”, de Jorge Amado, completa 60 anos agora em maio. E, para lembrar a data, a Festa Literária de Ilhéus, que vai acontecer de 15 a 18 de maio, realizará o “Bate Papo Sete” com a temática “Romance Gabriela: literatura, história e turismo”, debatendo a importância da obra para a cidade e para a região cacaueira. Os professores e acadêmicos André Rosa e Ramayana Vargens, da Academia de Letras de Ilhéus, vão debater o tema, mediados pelo acadêmico Fabrício Brandão. O evento acontecerá no Teatro Municipal de Ilhéus, dia 18, às 14 horas.
Para além desta mesa redonda, a Secretaria Municipal de Cultura vai lançar nesta data um concurso literário sobre os 60 anos da obra. Os vencedores serão anunciados em agosto, segundo informações do secretário Pawlo Cidade.
Nova fase - O romance “Gabriela, cravo e canela” inaugurou uma nova fase na obra de Jorge Amado. A partir deste romance, o autor passou a atenuar o conteúdo político que marcou seus primeiros livros para dar ênfase à mistura racial, ao erotismo e a uma percepção sensorial do mundo. Ganham destaque as personagens femininas: as mulheres passam ao centro das narrativas como mito sexual, mas também como agentes do próprio desejo.
“Gabriela, cravo e canela” foi o primeiro livro escrito por Jorge Amado depois de deixar o Partido Comunista. Publicado em 1958, o romance recebeu no ano seguinte os prêmios Machado de Assis e Jabuti. Pouco depois, em 1961, Jorge Amado seria eleito para a Academia Brasileira de Letras, em grande parte graças ao estrondoso sucesso do livro. Gabriela virou novela da TV Tupi, em 1961, e mais tarde da rede Globo, em 1975 e em outra versão de minisérie. Traduzido para mais de trinta idiomas, Gabriela, cravo e canela é o livro de Jorge Amado com o maior número de traduções.
Valorização da literatura - A Festa Literária de Ilhéus vai agregar duas importantes iniciativas culturais da cidade: a 6ª edição da Feira do Livro da Uesc e 3ª. Edição do Festival Literário de Ilhéus (Flios). A iniciativa é resultado de uma parceria da Prefeitura de Ilhéus, Universidade Estadual de Santa Cruz, Fundação Pedro Calmon, instituição ligada à Secretaria Estadual de Cultura e Academia de Letras de Ilhéus (ALI).
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