sábado, 14 de outubro de 2017

Cultura aprova suspensão de norma da Ancine que tributa propaganda na internet

4º Encontro Denominado
Thiago Peixoto: o princípio da legalidade impõe à administração pública o dever de fazer só o que a lei autoriza
A Comissão de Cultura aprovou o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 681/17, do deputado JHC (PSB-AL), que susta uma instrução normativa da Agência Nacional do Cinema (Ancine) que determinou a tributação da publicidade audiovisual na internet.

O projeto recebeu parecer favorável do relator, deputado Thiago Peixoto (PSD-GO). A Constituição permite ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do governo que os congressistas entendem fugir da competência regulamentar ou dos limites de delegação legislativa do Poder Executivo.

Contexto
Instrução Normativa 134, de maio deste ano, estabeleceu que a veiculação de propagandas audiovisuais na internet está sujeita ao pagamento da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine).

A Condecine é um tipo Cide que incide, entre outras operações, na veiculação, licenciamento e distribuição de obras cinematográficas e videofonográficas com fins comerciais, e nas obras publicitárias estrangeiras. Os recursos arrecadados alimentam o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), que financia o cinema nacional.

Anterioridade
O deputado JHC alega que Lei que criou a Ancine e a Condecine não prevê, entre os fatos geradores da contribuição, a tributação de peças publicitárias veiculadas na internet. Além disso, a Constituição determina esse tipo de cobrança só pode entrar em vigor no ano seguinte ao da sua instituição. É o chamado “princípio da anterioridade tributária”.

O relator do PDC 681/17 concordou com os argumentos de JHC de que o normativo da agência extrapolou do seu poder regulamentar. “Em nenhum momento houve delegação legislativa para aumentar o fato gerador da Condecine”, disse Thiago Peixoto. “O princípio da legalidade impõe à administração pública o dever de fazer só o que a lei autoriza”.

A instrução normativa da Ancine também foi questionada por agentes da cadeia produtiva do audiovisual, que chegaram a pleitear o adiamento da entrada em vigência da norma até que o assunto fosse melhor discutido. A agência reguladora concordou em adiar por 60 dias, o que fez com que a instrução entrasse em vigor em julho passado.

Tramitação
O PDC será analisado agora pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. A última etapa será a votação no Plenário da Câmara. Se aprovado na Casa, o texto será enviado para o Senado.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Rachel Librelon
Agencia da Câmara

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